quinta-feira, 12 de junho de 2008

A Roda Viva

http://colunas.g1.com.br/sardenberg/2008/06/12/copom-defende-a-eficiencia-dos-juros-altos/

O receituário econômico neoliberal do BC começa a acender a luz amarela. A política de metas de inflação, que Meirelles adora, pode botar o país em maus lençois.


A falência do monetarismo e a emêrgencia do tripé econômico da última década (responsabilidade fiscal, metas de inflação e câmbio flutuante), fizeram com que os países em desenvolvimento adotassem cegamente todo esse processo, principalmente na América do Sul, com FHC, Menem etc.


A relação dívida pública/PIB, por exemplo, (que gira em torno de 40%) teve um salto exorbitante, cuja soma com os juros elevadíssimos e a consequente apreciação do Real, deixaram uma "herança maldita" do primeiro período de governo tucano.


A crise mundial e a rápida mudança no câmbio, no segundo mandato FHC, trouxeram políticas de juros surreais, aumentando ainda mais a bola de neve da dívida pública. Até hoje os superávits fiscais estão alargando.


Agora, apesar da queda gradual das taxas, o movimento de alta volta a rondar o BC. Tudo coberto no sofisma de que essa alta resolverá o problema dos preços. Tanto não resolverá quanto aumentará a crise crônica das pendências públicas.


Com o anúncio na semana passada de um ajuste de 0,5% na taxa básica, chegando aos 12,25%, chegaremos a uma elevação de dívida equivalente a 0,5 do PIB. Numa conta simplista vamos pagar algo em torno de quase 20mi à mais.


Além disso, não irão resolver a questão inflacionária dos alimentos, porque se trata de uma crise mundial que tem como causas, problemas de aumento de demanda e das commodities, que fogem ao plano nacional. Sem contar a consequente perda no poder de consumo, principalmente aqui, onde o crescimento está calcado no expansionismo do crédito.


E a roda-viva segue seu fluxo. Os juros altos permitem uma apreciação exagerada do câmbio. Depois, segue-se uma crise cambial que faz explodir o câmbio, recompondo o equilíbrio externo. Mas como volta a inflação, segue-se nova temporada de juros altos para conter a alta de preços.


Enquanto o BC estiver blindado pela retórica neoliberal de ser independente e aplaudido pela Mídia, o Estado fica capenga, e o capital especulativo dá pulos de alegria!




Em tempo 1: Confesso não estar acompanhando de perto o novo folhetim midiático, "Dilma e o Caso Varig". Mas algumas coisas já se acertam.
- Para desespero dos colunistas que já preparavam o pedido de impeachment, a Sra. Denise Teixeira afirmou claramente, em depoimento ontem (11/06), não ter recebido pressões da Ministra Dilma.

- A mesma Denise que virou piada no "caos aéreo", se transformou no Roberto Jefferson de saia para a grande imprensa.

- Foi um erro bisonho do governo acelerar o processo de venda da Varig pela pressão midiática de ver o caso resolvido logo. Deu no que deu. Obviamente a investigação é necessária.


- Depois das novelas: "Dengue", "Dossiê", "CPMF", etc. A oposição tenta emplacar mais uma com essa, deteriorarando a possível candidatura da Ministra, que virou o novo alvo dos ataques. Será que o Brasil nunca vai ter uma oposição programática?

Em tempo 2: Por que os governos de São Paulo e do Rio Grande do Sul, ambos tucanos, e que sofrem denúncias de corrupções nababescas, não figuram nas manchetes dos jornalões?
http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL584012-9356,00.html
http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL589920-5601,00-ESCUTAS+DO+CASO+DETRANRS+DEIXAM+GOVERNO+NA+DEFENSIVA.html

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