quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O PMDB, a Veja e Jarbas.

A revista Veja, mais uma vez, cria polêmica no cenário político brasileiro. A reportagem com Jarbas Vasconcelos em sua última edição, gerou, novamente, assunto para capas de jornais diários, coisa que regurlamente a revista consegue fazer. Mas o que, de fato, a Veja espera com isso? Seguindo uma linha de raciocínio, podemos relacionar essa entrevista com as eleições de 2010?

Jarbas Vasconcelos

Podemos iniciar a trajetória de Jarbas Vasconcelos em 2007, pulando toda a sua importante carreira política iniciada como um dos principais fundadores do MDB (na ditadura) – PMDB hodiernamente -, quando começou a atuar como senador. Já de início, na época estourava o caso Renan Calheiros (para quem não lembra, ex-presidente do Congresso que foi acusado de usar um lobista para pagar a pensão da filha. Filiado ao PMDB) e, logo, Jarbas atuou firmemente a favor da cassação de Renan, o que gerou uma ótima repercussão com o povo brasileiro na época.

O PMDB

Sem dúvidas, o maior partido brasileiro na atualidade. Liderando o Senado com José Sarney, a Câmara dos Deputados com Michel Temer e com grande participação nos ministérios, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro é, sem dúvidas, um dos alicerces do governo Lula. Nas eleições de 2008 ficou claro a relação PMDB – Lula. Podemos citar, com um único exemplo, o apoio do presidente na candidatura do atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

A Veja

A revista Veja sempre foi parcial com relação as suas matérias e nunca escondeu isso. Seus colunistas e repórteres se esforçam em demonstrar a prática do jornalismo de interesses, o qual escondem tal prática se autoentitulando como revista do jornalismo investigativo. Sempre a favor do PSDB e crítico ferraz do governo Lula, sendo mais notório com o colunista Reinaldo Azevedo que, quando se refere ao PT, usa o termo “Petralha”.

Sendo assim,

O que pode se esperar da Veja quando faz uma entrevista com o senador Jarbas Vasconcelos a respeito do seu partido, o PMDB? Primeiramente, podemos considerar que Jarbas não esconde de ninguém que dará apoio ao PSDB em 2010. Consideremos também que a popularidade de Lula ainda continua grande e a de Dilma (mesmo que não concretize sua candidatura) começa a subir, sendo assim, ela se torna, junto com a força de transferência de votos que Lula possui, uma grande candidata a presidência nas futuras eleições. E repetindo, mesmo que ela não se torne candidata, o PT, graças ao Lula, tem uma alta taxa de transferência de votos.

Logo, a revista Veja, parcialmente voltada para o PSDB, sabendo como todo o veículo de comunicação que o próximo presidente da República provavelmente será o que tiver o apoio do PMDB e, sendo assim, juntando esse poder da popularidade que Lula possui, entra no jogo político entrevistando um dos fundadores do próprio PMDB que já enfatizou que dará seu apoio ao candidato do PSDB e que, por causa do caso Renan Calheiros, ganhou popularidade e influência com uma parte dos eleitores.

Contudo, mesmo que a entrevista não tenha relatado casos específicos de corrupção ou concordatas por debaixo do pano (o que, claro, ninguém acredita que não haja, principalmente quando se trata do PMDB) o que, supostamente, essa entrevista realmente quis foi tentar desestabilizar o PMDB principalmente porque agora o partido encontra-se líder do Senado e da Câmara dos deputados e por, sua grande maioria, apoiar o governo Lula.

Porém, parece que o tiro saiu pela culatra pois, ao contrário do que todos pensavam, os pmdebistas simplesmente optaram por não responder tais acusações, e mesmo aqueles que são favorárveis ao PSDB e concordam com Jarbas simplesmente não responderam ou não quiseram comentar sobre o caso.

Com isso, fica claro que o jogo político para as eleições de 2010 está apenas no começo e muito ainda está por vir. Enquanto isso, aqui no Chorume, ficaremos atentos e analisando os fatos.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

De volta...

Depois de merecidas férias na longínqua cidade de Miguel Pereira, onde fiquei deitado o dia todo de havaianas e shorts sandpiper quadriculados, voltamos ao árduo trabalho....!!!

Vamos falar sério, a pendenga entre Israel e Palestina está rendendo boas baboseiras na imprensa nativa. De um lado, americanistas doentes, que olham o Oriente Médio como um caminhão de barbados com bombas em baixo do braço. De outro, anti-Eua fanáticos, que enxergam a Palestina, Irã e Líbano como arautos do anti-imperialismo.

É impressionante, acho que ainda não li nenhum editorial ou análise sensata. Ali Kamel e Reinaldo Azevedo representam Israel. Carta Maior e Carta Capital puxam a comissão de frente adversária.

O mais engraçado é que ambos os ringues criticam a cobertura da mídia diante da Guerra. Acho que a única interseção de ideias (sem acento agora!!!) é o fato da Rainha da Inglaterra, ou melhor, a ONU, estar cada dia mais vivendo com o nome. E o Brasil, com uma política externa ainda raquítica, luta por uma vaga em seu conselho de segurança, como se a representatividade daquela cadeira lhe desse status de grande Potência.

O que observo até agora, sem tirar nem por, é que o Hamas, querendo ou não, foi eleito
democraticamente. Vale ressaltar, antes das próximas observações, que o fato da Palestina optar pela luta armada é decorrência, também, da opressão que Israel e os órgãos internacionais incidem sobre a população da Faixa de Gaza. Opressão traduzida na falta de alimentos, remédios e ajudas básicas aos refugiados da região.

Voltando a vaca fria, Israel também sofre constantes ataques, vindos da Palestina e do Líbano (como aconteceu na guerra contra o Hezbolah recentemente). Ataques estes, que não tem nenhuma justificativa cabível dentro de uma sociedade democrática. Logo...

Logo, é lógico que nenhum dos Estados aceita a existência alheia e, pelo que se observa, não aceitará tão cedo. Analisar a Geopolítica da região com um prisma deformado ideologicamente não ajudará em nada a construção de diretrizes palatáveis para o Oriente Médio.


No mais..


No mais, alguns poucos acontecimentos mereceram destaque durante o período de Férias Chorumélicas.

Dantas, com a ajuda de alguns amigos (leia-se Gilmar Mendes, Heráclito Fortes e cia), continua ganhando de goleada na Operação Satiagraha. Já derrubou Protógenes e Paulo Lacerda e as pautas já trataram de deixá-lo de lado. Ainda mais agora, com a estréia do 56º Big Brother Brasil.

Na economia, mais uma vez, nossos analistas falaram demais. O Brasil é visto pelos principais órgãos Econômicos internacionais (OCDE, Financial Times, NYT) como o “Bric” mais preparado para enfrentar a crise. A inflação, berrada por Miriam Leitão há alguns meses atrás como indubitável, já virou deflação. Obviamente, bastava analisar a sazonalidade das commodities para vislumbrar que o aumento de preços era passageiro e a iminente crise, traria desaceleração no consumo, jogando os preços lá em baixo.

Para terminar, vale o link do novo look de Dilma Rouseff (http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/01/13/cirurgia-plastica-deu-uma-arrumada-em-dilma-diz-mucio-para-cabral-ministra-ficou-mais-jovem-664669117.asp), agora no estilo Marta Suplicy. Candidata a presidência é isso ai, Marketing é (quase) tudo!!

É isso....saudações chorumescas....estamos de volta!!!!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

As eleições de 2010 já começaram.

Por Leonardo Vicente


Apesar das eleições presidenciais brasileiras só serem daqui a dois anos, as manobras políticas dos partidos iniciaram, e os candidatos a serem lançados como possíveis futuros presidente da república já se esboçam.


Porém, o que chama atenção é o cenário político atual que se principiou. Sem um candidato certo para 2010, o PT parece tentar uma manobra política ousada: lançar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, à sucessão de Lula.


Dilma, que de uns tempos para cá levou um banho publicitário substituindo seu visual antiquado por um moderno e mais ‘clean’, deixou, também, de ser apenas a sombra de Lula assumindo um papel independente. Funcionou muito bem, Dilma não sai mais das matérias de jornais e dão relevância a tudo que a ministra diz, não apenas no seu papel como ministra-chefe.


Contudo, mesmo com a transferência de votos que o Lula possui, se o PT realmente estiver pensando em lançar Dilma como candidata ele se arriscaria muito pois a ministra não possui reconhecimento da população, e mesmo que os publicitários consigam colocá-la na mídia, a bagagem política pesaria.


Entretanto, seria Dilma a real candidata que o PT pretende lançar? Ou uma coligação se formará na tentativa de trazer outro candidato mais forte e com uma bagagem maior.


Essas perguntas se responderão com o tempo, porém, tudo indica que o próximo presidente do Brasil será o candidato com o apoio do PMDB. Enquanto isso, o PSDB, que não se entende, poderá entrar nas eleições fragilizado e sem o candidato que seria o mais forte, Aécio Neves.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Por onde andarás Dantas?

Tudo bem que já falei sobre isso aqui no blog milhares de vezes (clique aqui), mas tenho que registrar alguma coisa sempre. Não é possível, será que ninguém enxerga passa perante nossos olhos lineares um dos maiores absurdos da política nacional?

Protógenes Queiroz virou réu, o juiz Fausto De Sanctis quase foi retirado das investigações e Gilmar Mendes virou herói nacional, defensor de um Estado Democrático criado pela mídia para conservar arquiteturas arcaicas de proselitismo político.

O STF, antes tido como a "mente pensante" do Direito, o ícone do equilíbrio, virou palco do fisiologismo enraizado em Brasília. Uma grande arena, onde Joaquim Barbosa, Eros Grau, Marco Aurélio Mello, Mendes, Ayres Brito e cia, disputam espaço no tabulato folhetinesco da imprensa, cada vez mais "bonitinho" para entreter nossos "Homers Simpsons".

ABIN, Governo e Polícia Federal entram em crise. As brigas internas dominam as primeiras páginas e os papos de botequim. Enquanto isso Dantas abre seu Brut Rosé e brinda com seus advogados ao som de "País Tropical".

Em tempo:


Por que a mídia defende a intervenção dos Estados Europeus e dos EUA na Economia e aqui no Brasil insistem no axioma do "corte dos gastos públicos"?

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Anistia, Guantánamo, Reinaldo Azevedo e ideologias.

Realmente eu não agüento o Reinaldo Azevedo. Ele mesmo se perde nas próprias argumentações.

Em seu blog, ele tem mania de fazer um tal de “vermelho e azul”, onde ele comenta cada parágrafo de algum texto que não tenha gostado.

Vou fazer mais ou menos o mesmo, só que ao contrário. Seguem trechos de seus artigos, comentados “chorumelicamente”.


“Conversa mole e, com a devida vênia, picaretagem intelectual. Brasil afora, sabemos, há policias que torturam presos comuns. Perguntem o que o valente Paulo Vannuchi, ministro dos Direitos Humanos, fez a respeito até agora. Eu respondo: nada! Perguntem o que Tarso Genro, ministro da Justiça, fez até agora. Eu respondo: nada! Atrevo-me a perguntar a Glenda: o que a senhora fez a respeito até agora? Nada também! E eu? Fiz o que me cabe como jornalista: já denunciei tal prática dezenas de vezes. E por que esses militantes da reparação do passado nada fazem pelos torturados presentes? Porque os coitados que se danam nas cadeias são presos sem pedigree ideológico.”
(Azevedo comentando a questão da Anistia e julgamento dos torturadores).

"Se você não sabe a diferença entre um “serial killer” e um terrorista, é inútil explicar. Se você acha que um psicopata não difere moralmente de um sujeito que passa meses planejando como jogar aviões contra edifícios, fazendo-o de modo politicamente articulado, segundo a estranha “racionalidade” do terror, não espere que eu consiga lhe provar a diferença. Você se apegaria ainda mais à suposta igualdade entre ambos. Há contrastes, minha cara, diante dos quais argumentos são inúteis. Nem sempre eles esclarecem. É uma questão de escolha moral." (Agora, Reinaldo defende a Prisão de Guantánamo diferenciando acusados).

Agora, eu (em comentário feito no blog):

Reinaldo, realmente, apesar de escrever direitinho, você se perde. As dialéticas comparativas são boas quando lhe convém.

Para comparar um bandidão do Tráfico que é torturado pela PM, com um Prisioneiro político torturado por uma ditadura, não há diferença, é tudo igual!!

Agora, quando convém defender um sistema prisional arcaico e violento, você traça "N" contrapostos entre um Serial Killer americano e um terrorista.

Obviamente, nos dois casos (ditadura e EUA), temos heterogêneas estruturas sociais. No entanto, devem ser tratados TODOS (está lendo bem ai Dr. Azevedo), TODOS, da mesma maneira. Vivemos, pelo menos na teoria, em uma democracia, onde, até que se prove o contrário, as pessoas são inocentes e possuem direito a defesa e à reintegração social de forma plena.

Como nada justifica aquela irracionalidade brutal que é Guantánamo, também acho que todas as torturas são injustificáveis. Realmente, e aí eu concordo, temos um país altamente sistematizado ideologicamente pela esquerda. Fruto, nada mais nada menos, da incompetência dos projetos liberais, ou neoliberais.

Infelizmente, você prefere o discurso belicista ao social. Fala mal dos que "ideologizam" os textos, no entanto, é o que mais o faz, nas entrelinhas.

Reinaldo, já está demais não é meu caro???

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Fugindo das Ideologizações.

Sexta-feira passada houve uma Passeata na Cinelândia.

Alardeados por uma necessidade de suprir um vazio ideológico, nossa juventude vai às ruas. A primeira faísca "blogstíca" ou o primeiro sussuro de polêmica, já se traduz em protesto, vira um contraponto sofista que esconde um vazio de pensamento crítico.

Torci por Gabeira, votaria nele novamente, o feriado influenciou na eleição, o Rio perdeu com a vitória de Paes, etc, etc. Agora, da mesma forma que os esquerdistas brasileiros e sul-americanos defendem e sustentam seus "muros" ideológicos a partir do discurso democrático, usam este mesmo discurso para suplantar derrotas.

Senão, vejamos: quando defendemos Lula, falamos que ele tem 70% de aprovação, quando "abraçamos" as causas de Morales e Chavez, gritamos que eles foram eleitos nas urnas, sejam por mil votos, seja por um voto. Eu digo isso e continuarei dizendo.

Mas, certas vezes, fico me indagando. Por que estas mesmas pessoas não foram para cinelândia antes, pedindo para os eleitores não viajarem? Por que não fizeram a tal "onda verde" durante a campanha eleitoral (nenhuma passeata botou 5 mil na rua durante as campanhas) ?

Infelizmente, nossos atos "políticos" são alicerçados em falácias cansadas, axiomas que se perdem num comodismo eterno, levantes midiáticos que ficam na linearidade cognitiva. A verdade é que somos movidos pelas frustrações próprias, as verdadeiramente sociais ficaram nas "passagens desbotadas na memória das nossas novas gerações".


Em tempo:

Sem dúvida, temos uma eleição histórica nos EUA. Não só isso, temos, indubitavelmente, um ar de mudanças caso Obama seja eleito.

Porém (sempre tem um porém) em "terras brasilis" precisamos lembrar que nenhum dos dois candidatos parece disposto a dinamizar as relações comerciais, leia-se corte de subsídios e apoio ao etanol nacional.

Vamos aguardar a decisão.

Em tempo 2:

Perguntar não ofende:

Alguém sabe quando a Revista Veja vai apresentar as provas do suposto grampo que causou uma crise institucional no Governo Lula?

domingo, 26 de outubro de 2008

Balanço Geral










Destaques, derrotas e observações sobre as eleições.

PT e PMDB agora dividem a liderança das capitas, cada um com seis, o PT, no entanto, sai mais fraco, já que perdeu duas, o PMDB ganhou uma.
As derrotas petistas em Porto Alegre, após perder o Estado na última eleição, e a de Santo André, onde a vitória era dada como certa, foram as mais sentidas.

Alguns caciques, seguindo tendência das eleições estaduais, sofreram algumas baixas, como Sarney, em São Luís, e Espiridião Amim, em Florianópolis. Coincidência ou não o DEM mais uma vez perde espaço, com o fim da Era Cesar no Rio, se não fosse o José Serra no apoio ao Kassab e a Marta fazendo burrada atrás de burrada, o DEM sumia do mapa.

Este pleito teve um aspecto geográfico interessante. Foi uma disputa pautada em apoios de Brasília, Ministros, Senadores e Deputados entraram de cabeça nas campanhas, dando uma amplitude "nacionalizante" aos municípios. Pode ser reflexo de 2010, já que teremos uma eleição presidencial "cabeça a cabeça" e a primeira sem a presença do Presidente Lula.

Ressalta-se ainda que a "união" PSDB/PT de Minas não deve tomar proporções maiores, tendo em vista a derrota suada de Márcio Lacerda.
Paes ganhou apertado no Rio de Janeiro, numa eleição com 20% de abstenção, Gabeira, com uma linda campanha diga-se de passagem, não teve forças para superar o pragmatismo do pmdbista, apoiado por Cabral e Lula.

Por falar no presidente, ele deixou muita gente irritadíssima no partido. Não atuando em candidaturas importantes, como Salvador e Porto Alegre, o presidente gravou um vídeo para Eduardo Paes e foi figura fundamental na vitória do candidato.

No final das contas ficamos mais ou menos assim.

Os partidos que integram a base do governo Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso detêm 21 das prefeituras das 26 capitais brasileiras. O número continuará o mesmo. Entre os partidos da base, o PSB terá em 2009 três cidades e o PTB, duas. PC do B, PP, PV e PDT terão uma capital cada.

As legendas de oposição ao governo federal manterão o comando de cinco capitais. O PSDB, que governa em três cidades, passará a governar quatro. O DEM, que comandava São Paulo e Rio, terá apenas São Paulo a partir de 2009.