domingo, 26 de outubro de 2008

Balanço Geral










Destaques, derrotas e observações sobre as eleições.

PT e PMDB agora dividem a liderança das capitas, cada um com seis, o PT, no entanto, sai mais fraco, já que perdeu duas, o PMDB ganhou uma.
As derrotas petistas em Porto Alegre, após perder o Estado na última eleição, e a de Santo André, onde a vitória era dada como certa, foram as mais sentidas.

Alguns caciques, seguindo tendência das eleições estaduais, sofreram algumas baixas, como Sarney, em São Luís, e Espiridião Amim, em Florianópolis. Coincidência ou não o DEM mais uma vez perde espaço, com o fim da Era Cesar no Rio, se não fosse o José Serra no apoio ao Kassab e a Marta fazendo burrada atrás de burrada, o DEM sumia do mapa.

Este pleito teve um aspecto geográfico interessante. Foi uma disputa pautada em apoios de Brasília, Ministros, Senadores e Deputados entraram de cabeça nas campanhas, dando uma amplitude "nacionalizante" aos municípios. Pode ser reflexo de 2010, já que teremos uma eleição presidencial "cabeça a cabeça" e a primeira sem a presença do Presidente Lula.

Ressalta-se ainda que a "união" PSDB/PT de Minas não deve tomar proporções maiores, tendo em vista a derrota suada de Márcio Lacerda.
Paes ganhou apertado no Rio de Janeiro, numa eleição com 20% de abstenção, Gabeira, com uma linda campanha diga-se de passagem, não teve forças para superar o pragmatismo do pmdbista, apoiado por Cabral e Lula.

Por falar no presidente, ele deixou muita gente irritadíssima no partido. Não atuando em candidaturas importantes, como Salvador e Porto Alegre, o presidente gravou um vídeo para Eduardo Paes e foi figura fundamental na vitória do candidato.

No final das contas ficamos mais ou menos assim.

Os partidos que integram a base do governo Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso detêm 21 das prefeituras das 26 capitais brasileiras. O número continuará o mesmo. Entre os partidos da base, o PSB terá em 2009 três cidades e o PTB, duas. PC do B, PP, PV e PDT terão uma capital cada.

As legendas de oposição ao governo federal manterão o comando de cinco capitais. O PSDB, que governa em três cidades, passará a governar quatro. O DEM, que comandava São Paulo e Rio, terá apenas São Paulo a partir de 2009.












terça-feira, 21 de outubro de 2008

Politização das Pautas

Tudo bem, eu sei que é chato mais temos que cumprir nosso dever chorumélico quanto a mídia, ela não aprende, é um problema.

A última semana foi de um didatismo tremendo.

Tivemos dois casos relevantes envolvendo Polícia. O seqüestro da menina Eloá e o embate entre a Civil e a Militar, ambos em São Paulo.

O caso da jovem, morta pelo namorado após 100h presa, dispensa maiores comentários. Noticiários ficaram ligados 24h, naquele tradicional circo que já conhecemos, um “Caso Nardoni 2”. No confronto entre as duas polícias tínhamos de um lado a Civil, sem aumento reais há mais de 10 anos e do outro a Militar, defendida pelo Governo Serra. A partir de uma manifestação pela melhoria dos salários, a PM foi acionada, resultando no confronto direto.

Agora, vamos as coberturas. Nos dois casos houve críticas a atuação policial, é verdade, mas os detalhes são interessantes:

Apenas no caso do confronto entre Civil e Militar, cujo PT foi acusado de mentor das manifestações, houve politização das pautas. Segundo a impresa, o partido teria promovido o protesto em ato política contra José Serra. Ter o pior salário do país não conta em nada não, bobagem.

No seqüestro, onde observamos erros na conduta das negociações, não tivemos cunho político. Coincidência ou não, a operação foi conduzida pela PM (Governo tucano). Tudo bem, todo mundo vai dizer que estes casos não podem ser politizados, concordo, mas já que se abriu um precedente de crítica à Polícia Militar que critiquemos quem a prepara também, o Governo Paulista. Quando a imprensa “bateu” na Civil, o burburinho logo chegou aos gabinetes Partidários, quando “bateu” na Militar, se limitou às fardas e passou longe dos ternos.

Nesses pequenos detalhes é que pegamos nossos coleguinhas na curva.

Em tempo:

A campanha do Rio, assim como a de São Paulo, já está caindo na velha retórica dos ataques. O último debate (domingo na Record) foi um show de acusações. Cesar Maia, troca de partidos, obras estapafúrdias etc. Políticas programáticas zero.

Aliás, é impressionante o pragmatismo da campanha de Paes. Extremamente bem articulada com o discurso popular, ele enche a propaganda de ações paliantivas e pontuais, cuja a impressão de um plano de governo mais consistente se sobrepõe a visão de Gabeira.

Como marketing político, perfeito, como benesses para a Cidade, pura politicagem.

Em tempo 2:

Do G1:

Na semana passada, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), anunciou uma medida que abre brecha para a manutenção do emprego de parentes de senadores. Segundo decisão da Mesa Diretora da Casa, familiares nomeados antes da posse dos parlamentares poderão permanecer no cargo.

A sorte do Senado é que existem "Limdenbergs" e "Motoristas assassinos de donos de Mercado".

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Política, Dia das Crianças e Mídia.

Na mesma esteira que se deram a explosão do capital e conseqüentemente o triunfalismo Neoliberal no final de século XX, as formas de organização espacial se moldaram em função de novos conceitos difundindo-se juntamente com todo esse processo.

Quando vimos que nos 4 meses (Julho, Agosto, Setembro, Outubro) que antecederam o dia das crianças foram gastos 210 milhões somente em publicidade infantil, um quebra-cabeça de difícil solução se monta diante da sociedade.

Com a base da humanidade calcada no capital precisamos formatar o meio para que ele de sustentção e governabilidade ao novo sistema. E como fazemos isso?

A resposta se apresenta tão clara quanto água. A projeção e a emergência da sociedade baseada no consumo garantem a funcionabilidade sistemática, o tal "status", que se tornou um signo de poder, vai muito além de uma simples palavra, é quem nos deixa preso a uma rede de capitalismo e lucro nos deixando "obrigados" a consumir. Isso é o que ele oferece em troca da submissão à ele.

Se debruçando nesses padrões, a formação da nova gerção sofre cada vez mais a coersão do meios comunicacionais, que os direciona num caminho muito complexo.

O esvaziamento das relações familiares se torna condição ímpar para que esse processo se desenvolva. Os valores, a educação e as normas fugiram da relação mãe-filho e correram para a relação filho-mídia.

É nesse relacionamento quase pueril que a publicidade joga, e joga pesado. Tendo em vista que a família sempre foi a principal formadora identitária das crianças, a quem ela recorre quando não vislumbra nesse relacionamento uma formação alicerçada? Nos meios de comunicação. As crianças passam em média cinco horas por dia em frente à TV. Quanto tempo será que passam com os pais?

Os arautos dessa nova era tecnológica dizem que esse é um processo natural afirmam que as mudanças se dão naturalmente, e cada vez mais as crianças vão ter uma relação quase materna com os novos inventos da midiáticos. Obviamente, esses são os mesmos que dominam toda o aparato ditatorial midiológico no mundo, dessa forma analisam a questão lucrativamente e não "educacionalmente". Deixar de lado uma formação familiar sólida para se construir uma formação mercadológica, onde o ter se sobrepõe ao Ser e o canibalismo competitivo do mercado já são enraizados desde pequeno, não é plausível para quem acredita em alguma transformação estrutural na sociedade moderna.

Todos esses fatores traçam uma pista sinuosa, assim, para não derraparmos precisamos largar bem, e ensinar ainda na primeira volta que o social é maior que o individual e o essencial maior que o material.



Em tempo1:

O segundo turno vem aí. No Rio, Gabeira cresceu quando tinha que crescer, Jandira, mais uma vez, caiu na reta final e Paes continua como favorito. Crivella mostrou que tem um "piso" muito amplo com um "teto" muito baixo e parece não ter folego para expandir seu nome acima do Senado.

Detalhe interesasnte da troca de valores que observamos hoje na política nacional. Gabeira tem apoio do DEM, o mesmo DEM que compunha a base de Severino Cavalcanti, o mesmo Severino que foi apedrejado por Gabeira na câmara. Paes tem apoio de Lula, o mesmo Lula que foi achacado por Paes na CPI Midiática dos Correios. Como diria Weber não existe ética na política existe Ética da Política.


Em tempo 2:

Para variar a mídia espetaculariza a crise e torce parece que torce para o Brasil nela se afundar. Percebam a malícia dos jornais, todas as matérias envolvento queda da Bovespa vem acompanhada de alguma fala do Governo de que o país está blindado contra a convulsão econômica.

Alguns aspectos são relevantes:

1- O Brasil realmente tem uma boa base de sustentação contra a dívida. Obviamente que em algum momento iremos sofrer consequencias (ohhh!!), sem alardes por favor.

2- A crise não será resolvida com redução de juros ou abertura do crédito. É preciso dinheiro vivo para os bancos de investimentos que estão quebrados. O problema não é liquidez é capital mesmo.

3 - A política dos "swaps reversos", aquela na qual o BC transferia dinheiro para os Bancos trocando contratos derivativos de juros pelo câmbio, acabou quebrando as empresas com essa repentina depreciação do real. Com isso, o BC, que é uma mãe, passou a fazer os "swaps" clássicos, onde os também há a troca de contratos de risco (juros x câmbio), no entanto, com o BC pagando pela variação dos juros (alta) e não mais pela apreciação do real, que foi pro saco nas últimas semanas.

É aguardar a estabilização da crise, por enquanto o pânico ainda toma conta, com baixas de 15 e altas de 13%, tudo surreal.