terça-feira, 21 de outubro de 2008

Politização das Pautas

Tudo bem, eu sei que é chato mais temos que cumprir nosso dever chorumélico quanto a mídia, ela não aprende, é um problema.

A última semana foi de um didatismo tremendo.

Tivemos dois casos relevantes envolvendo Polícia. O seqüestro da menina Eloá e o embate entre a Civil e a Militar, ambos em São Paulo.

O caso da jovem, morta pelo namorado após 100h presa, dispensa maiores comentários. Noticiários ficaram ligados 24h, naquele tradicional circo que já conhecemos, um “Caso Nardoni 2”. No confronto entre as duas polícias tínhamos de um lado a Civil, sem aumento reais há mais de 10 anos e do outro a Militar, defendida pelo Governo Serra. A partir de uma manifestação pela melhoria dos salários, a PM foi acionada, resultando no confronto direto.

Agora, vamos as coberturas. Nos dois casos houve críticas a atuação policial, é verdade, mas os detalhes são interessantes:

Apenas no caso do confronto entre Civil e Militar, cujo PT foi acusado de mentor das manifestações, houve politização das pautas. Segundo a impresa, o partido teria promovido o protesto em ato política contra José Serra. Ter o pior salário do país não conta em nada não, bobagem.

No seqüestro, onde observamos erros na conduta das negociações, não tivemos cunho político. Coincidência ou não, a operação foi conduzida pela PM (Governo tucano). Tudo bem, todo mundo vai dizer que estes casos não podem ser politizados, concordo, mas já que se abriu um precedente de crítica à Polícia Militar que critiquemos quem a prepara também, o Governo Paulista. Quando a imprensa “bateu” na Civil, o burburinho logo chegou aos gabinetes Partidários, quando “bateu” na Militar, se limitou às fardas e passou longe dos ternos.

Nesses pequenos detalhes é que pegamos nossos coleguinhas na curva.

Em tempo:

A campanha do Rio, assim como a de São Paulo, já está caindo na velha retórica dos ataques. O último debate (domingo na Record) foi um show de acusações. Cesar Maia, troca de partidos, obras estapafúrdias etc. Políticas programáticas zero.

Aliás, é impressionante o pragmatismo da campanha de Paes. Extremamente bem articulada com o discurso popular, ele enche a propaganda de ações paliantivas e pontuais, cuja a impressão de um plano de governo mais consistente se sobrepõe a visão de Gabeira.

Como marketing político, perfeito, como benesses para a Cidade, pura politicagem.

Em tempo 2:

Do G1:

Na semana passada, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), anunciou uma medida que abre brecha para a manutenção do emprego de parentes de senadores. Segundo decisão da Mesa Diretora da Casa, familiares nomeados antes da posse dos parlamentares poderão permanecer no cargo.

A sorte do Senado é que existem "Limdenbergs" e "Motoristas assassinos de donos de Mercado".

2 comentários:

Leonardo Vicente disse...

Entre Lindenbergs e Famílias Nardoni é que o senado vai fazendo a festa do apê, ridículo. No caso da família Nardoni também teve alguma coisa mais importante que a mídia também jogou como nota de rodapé, quando lembrar eu falo aqui.

Alexandre Vasconcellos disse...

Isso é padrão da mídia, varrer para baixo dos "fatos que escandalizaram a família brasileira" os desvios de conduta dos políticos aliados desses veículos...

Mas discordo um pouquinho da sua leitura quanto às coberturas dos incidentes PMísticos em SP.

Qualquer evento envolvendo sindicato perto de eleição tem ENORMES chances de ser político.

Acho que o enfoque politizado NO CONFRONTAMENTO EM SI foi exagerado. Mas que ambas as organizações agiram com (também) motivações políticas, não tenho dúvidas.

Como qualquer colegiado, seja de classe, seja estudantil, hoje a coisa toda tem uma motivação política, muitas vezes institucionalizada, enraizada.

ADENDO:

Faltou vc falar, Gabriel, de como o Sr. Eudardo Paes, antes feroz crítico do governo Lula e até da PESSOA LULA, em seus tempos de PSDB, agora, no PMDB, tem como uma de suas bandeiras justamente o alinhamento com o Governo Federal.

Ficou achando que o PSDB ia bancá-lo, acabou na mão...teve que correr para a outra saia poderosa.