terça-feira, 14 de outubro de 2008

Política, Dia das Crianças e Mídia.

Na mesma esteira que se deram a explosão do capital e conseqüentemente o triunfalismo Neoliberal no final de século XX, as formas de organização espacial se moldaram em função de novos conceitos difundindo-se juntamente com todo esse processo.

Quando vimos que nos 4 meses (Julho, Agosto, Setembro, Outubro) que antecederam o dia das crianças foram gastos 210 milhões somente em publicidade infantil, um quebra-cabeça de difícil solução se monta diante da sociedade.

Com a base da humanidade calcada no capital precisamos formatar o meio para que ele de sustentção e governabilidade ao novo sistema. E como fazemos isso?

A resposta se apresenta tão clara quanto água. A projeção e a emergência da sociedade baseada no consumo garantem a funcionabilidade sistemática, o tal "status", que se tornou um signo de poder, vai muito além de uma simples palavra, é quem nos deixa preso a uma rede de capitalismo e lucro nos deixando "obrigados" a consumir. Isso é o que ele oferece em troca da submissão à ele.

Se debruçando nesses padrões, a formação da nova gerção sofre cada vez mais a coersão do meios comunicacionais, que os direciona num caminho muito complexo.

O esvaziamento das relações familiares se torna condição ímpar para que esse processo se desenvolva. Os valores, a educação e as normas fugiram da relação mãe-filho e correram para a relação filho-mídia.

É nesse relacionamento quase pueril que a publicidade joga, e joga pesado. Tendo em vista que a família sempre foi a principal formadora identitária das crianças, a quem ela recorre quando não vislumbra nesse relacionamento uma formação alicerçada? Nos meios de comunicação. As crianças passam em média cinco horas por dia em frente à TV. Quanto tempo será que passam com os pais?

Os arautos dessa nova era tecnológica dizem que esse é um processo natural afirmam que as mudanças se dão naturalmente, e cada vez mais as crianças vão ter uma relação quase materna com os novos inventos da midiáticos. Obviamente, esses são os mesmos que dominam toda o aparato ditatorial midiológico no mundo, dessa forma analisam a questão lucrativamente e não "educacionalmente". Deixar de lado uma formação familiar sólida para se construir uma formação mercadológica, onde o ter se sobrepõe ao Ser e o canibalismo competitivo do mercado já são enraizados desde pequeno, não é plausível para quem acredita em alguma transformação estrutural na sociedade moderna.

Todos esses fatores traçam uma pista sinuosa, assim, para não derraparmos precisamos largar bem, e ensinar ainda na primeira volta que o social é maior que o individual e o essencial maior que o material.



Em tempo1:

O segundo turno vem aí. No Rio, Gabeira cresceu quando tinha que crescer, Jandira, mais uma vez, caiu na reta final e Paes continua como favorito. Crivella mostrou que tem um "piso" muito amplo com um "teto" muito baixo e parece não ter folego para expandir seu nome acima do Senado.

Detalhe interesasnte da troca de valores que observamos hoje na política nacional. Gabeira tem apoio do DEM, o mesmo DEM que compunha a base de Severino Cavalcanti, o mesmo Severino que foi apedrejado por Gabeira na câmara. Paes tem apoio de Lula, o mesmo Lula que foi achacado por Paes na CPI Midiática dos Correios. Como diria Weber não existe ética na política existe Ética da Política.


Em tempo 2:

Para variar a mídia espetaculariza a crise e torce parece que torce para o Brasil nela se afundar. Percebam a malícia dos jornais, todas as matérias envolvento queda da Bovespa vem acompanhada de alguma fala do Governo de que o país está blindado contra a convulsão econômica.

Alguns aspectos são relevantes:

1- O Brasil realmente tem uma boa base de sustentação contra a dívida. Obviamente que em algum momento iremos sofrer consequencias (ohhh!!), sem alardes por favor.

2- A crise não será resolvida com redução de juros ou abertura do crédito. É preciso dinheiro vivo para os bancos de investimentos que estão quebrados. O problema não é liquidez é capital mesmo.

3 - A política dos "swaps reversos", aquela na qual o BC transferia dinheiro para os Bancos trocando contratos derivativos de juros pelo câmbio, acabou quebrando as empresas com essa repentina depreciação do real. Com isso, o BC, que é uma mãe, passou a fazer os "swaps" clássicos, onde os também há a troca de contratos de risco (juros x câmbio), no entanto, com o BC pagando pela variação dos juros (alta) e não mais pela apreciação do real, que foi pro saco nas últimas semanas.

É aguardar a estabilização da crise, por enquanto o pânico ainda toma conta, com baixas de 15 e altas de 13%, tudo surreal.

2 comentários:

Raphael Dias Nunes disse...

Um emaranhado de valores morais/ familiares foram colocados em cheque, quando leva-se em conta as influências que a atual e crescente mídia-moderna venham a afetar nossas futuras gerações.

A coisa é válida. Nesse caso o autor, ao meu ver, especula que as consequências dessa influência levariam a uma depredação desses valores, entrando em uma escala preocupante por excesso de pragmatismo monetário/ consumista/ competitivo.

Mas a coisa fica sempre em torno da especulação. Será mesmo que as futuras gerações assimilarão tais "novos" valores, sem deixar de levar em conta os antigos e tradicionais? Seria mesmo a evolução midiática uma "fábrica" de produção em escala desses seres de atitude e opinião pré-concebidas pelos interesses dos poderosos da comunicação massiva?
Onde essa evolução pode vir a ser benéfica ou maléfica para o corpo cultural de toda uma sociedade?

É assunto para muito debate.

Gabrielzin revolucionando com termos "midiológicos" hein!! hahahah

Contradições de coligações partidárias à parte, me parece que a turma do PMDB está negociando melhor os seus apoios no segundo turno. Além de Lula, Eduardo Paes trouxe Jandira Feghali. E começa uma campanha de ataques à Gabeira. Já Gabeira, não parece ter um estilo de campanha muito agressivo e prefere propor idéias e debates. Mas ele também teria armas, num possível contra-ataque ao peemedebista...

E quanto à crise, excesso de alarde e de falsas tranquilizações são contrastadas o tempo inteiro, num mercado que oscila dramaticamente conforme declarações, medidas, pacotes, eleições e fatos domésticos e internacionais. Uma hora a poeira baixa e poderemos ver um novo panorama (positivo ou negativo) com mais clareza. Gênio é aquele que sabe quando que esse poeira irá baixar...


FUII

Leonardo Vicente disse...

Concordo com o Raphael, esse assunto gera um debate absurdamente amplo.

Aqui no Brasil, por exemplo, crescemos em frente a televisão. Cabe aos convívios familiares e esolares nos ajudar a peneiras todas as informações que são "jogadas" para nós, que passivamente, aceitamos.

Porém, é difícil haver o ensinamento do pensar quando os pais perdem o dia inteiro no trabalho e horas no trânsito e nas escolas temos professores e funcionários desvalorizados pelo governo.

E, enquanto isso, nossas crianças crescem entre um comercial e outro.